domingo, 29 de abril de 2012

. Mecanismos percetivos: o exemplo da visão

A perceção visual é muito mais do que aquilo que vemos, não se trata de uma cópia fidedigna daquilo que temos à nossa frente. Não se trata de um processo fotográfico, é no cérebro que se vão estruturar e organizar as representações do mundo, é no cérebro que se dá sentido ao que vemos e ouvimos. A prova disso é que o cérebro corrige as informações que recebemos e que às vezes nos iludem.  Ou seja, apesar de recebermos sensações diferentes de um mesmo objeto, temos a tendência a percecioná-lo da mesma forma. Chama-se a isso constância percetiva. Vejamos os exemplos seguintes:

1. Constância de tamanho: percecionamos o tamanho de um objeto ou de uma pessoa independentemente da distância a que se encontra. Ao contrário do que parece - os objetos mais distantes parecem mais pequenos - percecionas as coisas como tendo o mesmo tamanho: o lápis à tua frente parece maior do que o lápis na mesa do professor. No entanto, o cérebro ajuda-te a perceber que se trata do mesmo objeto com o mesmo tamanho.
2. Constância da forma: um objeto nunca forma a mesma imagem retiniana: a luz é diferente, a incidência e o ângulo do olhar também, a distância muda constantemente, etc... Ainda assim, percecionamos sempre a roda de um automóvel como redonda, mesmo que o ângilo de visão lhe dê uma forma elíptica. Percecionamos a porta como retangular quando, ao abri-la, ela perde essa forma.

3. Constância do brilho e da cor: mantemos constantes o brilho e a cor dos objetos, mesmo quando as circunstâncias físicas nos dão outra onformação. Percecionamos uma casa branca em plena luz do sol, e continuamos a percecioná-la assim à noite; percecionamos sempre o sangue vermelho e a neve branca, independentemente da quantidade de luz. Ou seja, a memória e a experiência retêm as características dos objetos, que são atualizadas quando os percecionamos em circunstâncias físicas distintas.
Conclusão: a imagem que temos do mundo é construída. Corrigimos mentalemnte, e de modo automático, o conteúdo da nossa perceção de modo a manter a regularidade/constância do mundo externo. Ou seja, a perceção depende das nossas experiências pessoais - a subjetividade - e permite-nos uma melhor adaptação ao meio.

. Processos cognitivos: a perceção


A perceção começa nos orgãos recetores que são sensíveis a estímulos específicos. Ao processo de deteção e receção dos estímulos nos orgãos dos sentidos dá-se o nome de sensação, que é traduzida em impulsos nervosos. Estes impulsos nervosos são conduzidos ao sistema nervoso central e posteriormente processados pelo cérebro. Esquematicamente: estímulo físico - orgão recetor - impulsos nervosos - perceção.
Ou seja, embora comece por uma sensação, a perceção é muito mais do que isso, ela envolve a interpretação das informações sensoriais recebidas. Quando sentes um odor - sensação -, identifica-lo, reconhece-lo, atribuis-lhe um espaço e até podes relacioná-lo com um momento preciso ou determinada pessoa. Numa palavra, atribuis-lhe um significado, em função da tua experiência e expectativas, e isso já é percecionar.

domingo, 22 de abril de 2012

. Os processos mentais


Os processos mentais podem ser agrupados em três grandes categorias: os processos cognitivos, os processos emocionais e os processos motivacionais.
Os processos cognitivos estão relacionados com o saber, com o conhecimento, e relacionam-se com a utilização, transformação e criação da informação do meio interno (corpo) e do meio externo. A perceção, a memória, a aprendizagem, a inteligência, o pensamento e a atenção, são os processos cognitivos que estudaremos.
Os processos emocionais estão relacionados com o sentir, são estados vividos pelo sujeito marcados, portanto, pela subjetividade. Correspondem às vivências de prazer e desprazer e à interpretação das relações que temos com as pessoas, objetos e ideias. As emoções, os afetos, os sentimentos e a inteligência emcional, são os processos emocionais de que nos ocuparemos.
Os processos motivacionais estão relacionados com o fazer, expressam-se em ações, em comportamentos. São os processos motivacionais que explicam a fome, a sede, o sono, e também o desejo de estar com os outros, a autorealização pessoal, etc.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

. Cérebro



O cérebro é constituído por dois hemisférios, o esquerdo e o direito, ligados pelo corpo caloso. Cada hemisfério é composto por quatro lobos - occipital, parietal, temporal e frontal - que têm funções específicas.
O cortex cerebral é a camada cinzenta que cobre os hemisférios cerebrais. Aí existem dois tipos de áreas: áreas sensoriais ou primárias e áreas psicossensoriais ou secundárias. As áreas sensoriais recebem informações provenientes dos orgãos dos sentidos que chegam ao cérebro e emite-as para as áreas secundárias. As áreas psicossensoriais interpretam, organizam e coordenam as informações provenientes das áreas primárias

Áreas primárias
Área Motora - responsável pelos movimentos do corpo
Área Visual - recebe os dados sensoriais provenientes dos olhos, possibilita a visão, a forma, a cor e o movimento dos objectos
Área Auditiva - recebe os sons elementares possibilitando a audição
Área Sensorial- possibilita a recepção de sensações como o tacto, a dor, o calor, o frio...


Áreas secundárias: psicomotora, psicovisual, psicoauditiva, psicossensorial


Unidade Funcional do Cérebro
O facto de o cérebro estar dividido em dois hemisférios e áreas com papeis disitintos não significa , como se pensou durante muito tempo, que não exista interacção entre eles. A prova disso mesmo é que existem actividades mais complexas, como ler, que implicam a aintervenção simultânea de diferentes áreas e dos dois hemisférios. Além disso, existe a função de suplência ou vicariante, isto é, se uma zona for lesionada, a sua função poderá ser substituída por uma área vizinha. Ficando assim provado que o cérebro não é um somatório de áreas sem comunicação entre si, mas uma unidade funcional e integrada.


. Sistema Nervoso Central

O SNC é constituído pela medula espinal e pelo encéfalo.

A medula espinal encontra-se no interior da coluna vertebral e desempemha duas funções fundamentais: de coordenação e condução. É a medula espinal que coordena, por exemplo, o reflexo sensoriomotor: resposta imediata, involuntária e automática a um estímulo, sem qualquer intervenção do cérebro (ex. quando afastamos a mão do fogo). Para lá da função de coordenação, a espinal medula conduz a informação do cérebro para a periferia e da peroferia para o cérebro.

O encéfalo encontra-se no interior do crânio, acima da medula espinal, e é constituído por diferentes estruturas: hipófise, hipotálamo, corpo caloso, córtex cerebral, tálamo, formação reticular, cerebelo, bolbo raquidiano...

Hipófise - glândula que controla e dirige a actividade do sistema endócrino
Hipotálamo - regula o sistema endócrino, a fome, a sede, o impulso sexula...
Corpo caloso - liga os dois hemisférios
Córtex cerebral - controla os movimentos voluntários, a percepçãp, o pensamento...
Tálamo - recebe e transmite informação de e para o córtex cerebral
Formação reticular - papel importante na atenção, memória, sono e estado de alerta
Cerebelo - coordena os movimentos e assegura a manutenção do equilíbrio